
TV Excelsior foi uma rede de televisão brasileira cuja primeira emissora, a TV Excelsior de São Paulo, entrou no ar em 9 de julho de 1960. Fechou as portas em definitivo em 30 de setembro de 1970. A rede de televisão pertencia ao empresário Mário Wallace Simonsen, sócio da Panair do Brasil.Em 1964, a Excelsior passou por uma grande crise, sob pressão da intervenção militar, que a forçou a tirar programas do ar, os quais traziam renda à emissora, junto com a Panair do Brasil, empresa da qual Mário Wallace Simonsen era sócio. Tal crise se deveu à perseguição feita pelos militares às empresas do grupo Simonsen, em virtude deste ter apoiado o presidente democraticamente eleito João Goulart, que sofreu um contra golpe de Estado de 1964, dando início à intervenção militar no Brasil.
Mário Wallace Simonsen era um liberal democrata que se colocava na defesa da liberdade de expressão e da legalidade. Formado na tradição inglesa, acreditava no poder da constitucionalidade, contrastando com a visão tecnocrática dos militares responsáveis pelo golpe de 1964.
Por isso, o telejornalismo da Excelsior apoiava a democracia, a legalidade e o presidente democraticamente eleito, logo, a intervenção militar não poderia tolerar a Excelsior e maquinou para destruí-la.
A censura imposta à imprensa, no caso da Excelsior, era exposta ao público: seus diretores não reeditavam vários programas que tinham partes vetadas pela censura, e, às vezes, exibiam, no lugar das partes censuradas, os seus mascotinhos com as bocas e os ouvidos tapados, com a legenda "CENSURADO". Isso irritava os elementos militares, que não podiam admitir que suas atividades de repressão fossem desnudadas ao público geral.
Para acentuar a crise, o empresário Celso Rocha Miranda perdeu as concessões de voo da Panair dois anos depois. Cinco dias depois, a Panair "falia", por ato emitido pelo governo militar brasileiro.
A Excelsior, sem dinheiro e com a conta estourada, é vendida ao Grupo Folha de S. Paulo, que a devolve aos antigos donos pouco tempo depois. Em 1969, TV Excelsior era um nome que não podia ser dito no governo militar, pois ela estava perseguida, endividada e abandonada. Ocorreram ainda dois incêndios na TV Excelsior em uma única semana. Um foi simples, de pequeno porte, destruindo apenas um pequeno cenário. O segundo foi na sexta-feira e destruiu boa parte do acervo (não todo como muitos falam).
No final do ano, a emissora perdia mais dinheiro e se encontrava na decadência. A partir daí, a emissora só teve mais problemas com o governo militar: perdeu cerca de 170 milhões de Cruzeiros só em impostos e outras dívidas.
Em 1º de outubro de 1970, a Excelsior se encontrava à beira da falência. Por volta das 18h40, Ferreira Neto invade o estúdio, que estava transmitindo um programa humorístico (Adélia e Suas Trapalhadas), e anuncia aos telespectadores que o governo militar decretara o fim da Excelsior. Naquele momento, na central da Excelsior, estavam alguns técnicos do DENTEL, que lacraram as antenas de transmissão e assim, tiraram a emissora do ar. A Rede Excelsior acabava ali.
Judicialmente, a Excelsior tinha o prazo máximo de até 15 de dezembro de 1970 para "acertar as contas" com o governo Médici, ou seja, pagar no mínimo metade de tudo o que devia. No fim do prazo, a estação não havia pago nem 1% de tudo que devia. No dia 15 de dezembro, as concessões outorgadas à Excelsior foram cassadas.Em novembro de 2013, o jornal O Estado de S.Paulo divulgou que o Ministério das Comunicações havia protocolado um pedido do empresário Paulo Masci de Abreu em 31 de outubro daquele ano para outorgar a extinta TV Excelsior. O pedido possibilita a retomada da concessão de um canal no Rio de Janeiro e outro em São Paulo.
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